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A defesa da floresta passa pela valorização futura deste recurso fundamental

12ª sessão do Fórum de Sustentabilidade da Navigator relevou o valor da floresta como recurso crucial para o desenvolvimento sustentável de Portugal, num quadro de gestão responsável do território e da paisagem.

imagem de floresta

Torres Vedras recebe 12ª sessão do Fórum de Sustentabilidade da Navigator

Como ocupar de forma sustentável o território para melhor protegermos os espaços naturais, florestais e agrícolas? E como posicionar a floresta portuguesa enquanto pilar de um modelo de desenvolvimento mais sustentável? Estas e outras questões estiveram em discussão na 12ª sessão do Fórum de Sustentabilidade da The Navigator Company, que decorreu esta terça-feira, 19 de outubro, subordinada ao tema “Proteção Dinâmica da Floresta”.

Esta edição do Fórum de Sustentabilidade, iniciativa regular da Navigator que visa promover o diálogo e a cooperação com os principais stakeholders da Companhia, teve lugar no Teatro-Cine de Torres Vedras, reafirmando um novo modelo regional potenciador de uma maior aproximação às comunidades locais.

Num país com recursos naturais escassos, a floresta tem ocupado um lugar de destaque sendo um efetivo motor de desenvolvimento nacional, mas o futuro apresenta desafios inadiáveis, como sublinhou António Redondo, CEO da The Navigator Company e Presidente do Fórum. “Defender a floresta não pode ser uma atitude meramente passiva de conservar o que existe, precisa de estar virada para a valorização futura deste recurso fundamental, tendo sempre em conta o respeito pela natureza, pela paisagem e pela comunidade”, afirmou, na intervenção de encerramento.

forum de sustentabilidade

“As florestas plantadas são fundamentais para a transição de uma economia linear e fóssil, baseada em recursos finitos, hostil para o clima, e por isso sem futuro, para uma bioeconomia circular sustentável, baseada em produtos florestais renováveis, recicláveis e biodegradáveis, favorável para a natureza e neutra para o clima”, prosseguiu António Redondo. O CEO da Navigator sublinhou o exemplo da indústria da pasta e do papel, que utiliza “uma matéria-prima natural que plantamos e cuidamos para colher na maturidade, para replantar novamente, num ciclo contínuo e perpétuo”, naquilo que definiu como “uma bioindústria que está no lado certo do futuro”.

O papel transformador das florestas

Esta ideia foi também sublinhada por Marc Palahí, diretor do European Forest Institute e keynote speaker desta edição do Fórum de Sustentabilidade, na sua reflexão sobre o papel transformador das florestas e os aspetos fundamentais no desenvolvimento destes ecossistemas para um futuro sustentável. Defensor de um novo paradigma económico que “coloque a natureza, a floresta e as pessoas no centro”, Palahí sublinhou que “a floresta não é apenas o maior ecossistema terrestre de armazenagem de carbono e principal fonte de biodiversidade, é também a maior fonte de recursos naturais que, geridos de forma sustentável, são renováveis e circulares por natureza”.

As florestas têm desafios a enfrentar no quadro das alterações climáticas, mas esta é também “uma oportunidade para as soluções naturais e renováveis, que irão contribuir para a descarbonização da nossa economia nas próximas duas décadas”, prosseguiu, defendendo um investimento prioritário no setor florestal. Marc Palahí apelou ainda para que “quem se preocupa com a proteção da floresta, da biodiversidade, do sequestro de carbono, perceba que as florestas são sistemas dinâmicos, que precisam ser geridos de forma ativa para que possam garantir a adaptação à nova realidade climática”. “O que estamos a dizer é que bioeconomia e biodiversidade, adaptação e mitigação, são faces da mesma moeda para um futuro sustentável para a floresta”, enfatizou o Diretor do European Forest Institute, organização cujas atividades passam pela investigação e o apoio na decisão política em questões relacionadas com a floresta, integrando 29 países europeus, entre os quais Portugal.

Um painel alargado de oradores

Promovido pela The Navigator Company desde 2015, o Fórum de Sustentabilidade adotou recentemente um modelo regional que potencia uma maior proximidade da empresa com as comunidades locais. Realizada em Torres Vedras, a sessão de 2021 contou com a presença de 90 participantes representativos dos vários grupos de stakeholders da Companhia.

Laura Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras referiu, na abertura do evento, que “A sustentabilidade tem sido uma âncora no nosso trabalho e com o apoio da Navigator tivemos a oportunidade, neste ano, de sensibilizar as nossas escolas para a floresta e a sua sustentabilidade, na oferta de uma planta autóctone para cada aluno no início do ano letivo”, afirmou a autarca.

“Defender a floresta não pode ser uma atitude meramente passiva de conservar o que existe, precisa de estar virada para a valorização futura deste recurso fundamental, tendo sempre em conta o respeito pela natureza, pela paisagem e pela comunidade”, defende António Redondo, presidente do Fórum de Sustentabilidade.

A expressão prática da relação entre a Navigator e a autarquia está também patente na gestão da Área de Paisagem Protegida das Serras do Socorro e Archeira, num projeto apresentado por Rosário Oliveira, investigadora no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. A sessão contou ainda com o orador Henrique Pereira dos Santos, arquiteto paisagista e técnico do ICNF, e com a realização de dois painéis de debate com a intervenção de especialistas em áreas diversas. Miguel Guisado (Diretor da FLOREST – Associação dos Produtores Agrícolas e Florestais da Estremadura), Marta Rodrigues (Chefe da Divisão de Ambiente e Sustentabilidade da CM Torres Vedras), José Veloso (Coordenador da Marcha dos Fortes no Clube de Actividades de Ar Livre, uma ONGA), José Vasques (Coordenador da Região Vale do Tejo da Navigator) e António Colaço (Técnico Florestal da Navigator) debateram as “Boas Práticas de Gestão Integrada da Paisagem”, enquanto Carlos Lobo (Professor da Faculdade de Direito da U. Lisboa e sócio da Lobo, Vasques & Associados), Francisco Gomes da Silva (Diretor-geral da CELPA), Margarida Tomé (Professora catedrática do ISA) e Pedro Reis (Investigador do INIAV), refletiram sobre o “Valor Económico como Pilar da Proteção da Floresta”.

A moderação destes painéis esteve a cargo dos jornalistas Luís Ribeiro, da revista Visão, e Teresa Silveira, respetivamente.

A 12.ª edição do Fórum de Sustentabilidade encontra-se disponível em http://thenavigatorcompany.com/forum-sustentabilidade-2021/.